domingo, 18 de setembro de 2011

Pra quem chega tão desacompanhado, dificilmente se apega. Aprendeu, em uma vida tão atrapalhada, entre idas e vindas, em cidades quase não imagináveis, a viver e, assim, a crescer, e transparece na sua alma sua força tão liberta e sua necessidade, tão gritante, nesse peito que carrega um coração tão puro feito por Deus.
Aprende à amar com coisas tão pequenas e se apega aos detalhes mais mínimos, é tão difícil olhar para a janela e sentir a imensidão que vem de dentro pra fora e te toma, com proporções tão desastrosas. E entra em ti, como o amor me ganha aqui. E o cheiro bom grudado na pele de um momento em que respirar - e ser respirado - significa muito mais do que o clichê anel-no-dedo-e-eu-te-amo. Um sussurro mais simples e um, então, "eu te quero", com uma ambigüidade - não pretensiosa - de te dizer que é tão mais do que pode ser. E um pedido, bem mimado, um ”por favor, fique aqui".
Mas não fica não. Se a luz que brilha em ti, hoje reflete o meu olhar, amanhã é muito cedo pra esquecer. Ainda é cedo pra amar e dizer que não. Olha para o lado e deixar entrar e invadir. Mas levanta e vai embora. Vai, meu amor, porque eu te deixo livre. Eu sei te fazer livre.