sábado, 29 de junho de 2013

Era muito tarde para recomeçar.
Revirei algumas páginas, li e reli sobre o passado, tremi ao me perceber tão jogada e solitária ao mundo. Ecoou na mente aquelas poesias que vieram e imploraram para saltar pelos meus lábios mas travei-as, relembrei das frases feitas e construídas com palavras únicas e uma a uma se formando, transformando em espelhos da alma. Estavam ali, mastigadas, esquecidas, não postas em letras e afins; não relembrá-las pois a vontade era esquecê-las. Hoje, temo! Voltei para as novas páginas e arrisquei transformar em riscos o que atormenta a mente. Meu coração sambou felicidade, minhas mãos escorregavam suavemente pela folha em branco."Eu amei você". Reticências. "Talvez ainda amo". Reticências. "Eu amo". Exclamação. "Por que não aprende a me amar também". E formou-se uma interrogação eterna, tirei de mim a pergunta a qual atormentava minhas noites de sono. Virei a página e uma sensação singular ressurgiu em mim.
Ama-te, garota. Queira-te e cuida-te. Tem apenas a si mesmo.