sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Você não me deu muitas alternativas - muito menos, expectativas. Só disse vai, e nenhuma faísca sentimental. O que eu poderia fazer? E dizer? Fui, de cabeça erguida, com o meu olhar de águia, sempre a frente do que poderia ter sido "nós". Poderia e não foi. Nós que estaríamos felizes com a nossa casinha alugada, os serviços diferentes, os amores e poemas de sacada e as músicas embalando briguinhas imaturas e os beijinhos de desculpas. Nós que estaríamos ali e não estamos. E talvez, nunca tivesse sido nós. Apenas nós, nós fracos. Nós sem forças, nós sem segurança, nós mal feitos. Apenas nós. Que se desataram; que nos trazem de volta a realidade. Mãos apertadas e um adeus civilizado. Sem querência ou dependência. Você seguirá e eu também.

Me disse "vai" e eu fui. A desistência não foi minha, mas eu não poderia ter resistência nenhuma. Você sabe, atendo fácil aos seus pedidos. E a gente vê o que durou muito se acabar rápido, nossos nós se desatando, nós desaparecendo, nós se tornando eu e você. Nosso plural em singular. Nosso verbo em primeira pessoa do plural se tornando primeira e terceira pessoa do singular. Singular. Eu. E você. Ponto final.

Por que um ponto final no lugar de uma vírgula? Por que ser tão só no lugar de nós?

Tudo bem, já é hora de ir pra casa. E só.