sábado, 27 de agosto de 2011

Shhh... Faz silêncio. Essa loucura acumulada de semanas me faz querer saltar do parapeito da sacada. Enquanto o vento toca a minha face, tão mais frio quanto seus dedos e carinhos que vieram e logo foram embora. Você está tão mais longe de mim do que costuma estar. Milhas e milhas nos separam agora e uma atmosfera do real-irreal permanece evidente. Mas te digo, tão mais certo quanto à falta sentida desde que não esbarro com seu corpo, você não está sozinho.
Desista de fumar o seu cigarrinho de palha enquanto se encaixa na rede, procurando conforto, isso não vai te ajudar. Toda a experiência que tenho hoje me permite dizer a ti: você não está sozinho. Jamais será o único louco no mundo enquanto eu ainda existir. Jamais será o único fumando um cigarro e tentando encontrar um único pensamento certo em todas as suas memórias. Não é o único que deseja um corpo, uma vida, uma boca, um olhar ou aquele sorriso... Aquele sorriso espetacular que eu recebia com todo o amor que enchia meu peito e estufava meu coração, transformando-o por diversas vezes em um bibelô em suas mãos.
Faz silêncio, meu bem e escuta as batidas de leve daquele bibelô que quase se quebrou em seus cuidados. Veja bem, meu bem, aquele olhar que se perdeu em meio à multidão. Sinta, meu bem, o cheiro da nossa colisão. Compartilha comigo essa nostalgia, a nossa insanidade. Traga você de volta, em corpo e alma, porque eu tô precisada de um pouco de você.